24 de janeiro de 2013

Especial Turnê Literária - Ricardo Valverde

        A partir de hoje você vai conhecer os queridos autores do grupo Turnê Literária.
Venha se surpreender com a história de cada um e da garra desse grupo que percorre o Brasil
com a bandeira da Literatura Nacional em suas mãos.
      Então pegue seu cafézinho e venha prestigiar conosco.



Quando e como descobriu a sua paixão em escrever?

“Se não existissem os livros eu não teria nascido neste planeta”. Esta talvez seja a frase que meus pais e meus amigos mais me ouviram dizer. Desde pequeno sou apaixonado pelas palavras, páginas, capas e até pelo cheiro dos livros. Nas noites mal dormidas eu costumava ir até a cozinha, encher um copo de suco de laranja e rubricar palavras, frases e pensamentos em um caderno velho, surrado, mas que eu gostava muito. Na época, eu deveria ter por volta de 16 anos. O mais divertido é olhar pra lá e ver o quanto não dormir me fez um cara feliz (risos). Quando minhas ações, sonhos e aspirações me levaram para a literatura, eu simplesmente sabia que tinha encontrado o meu destino. Não me vejo fazendo outra coisa.

Como começou a turnê literária? Da onde veio a ideia e como se sente com
este novo projeto?

A idealizadora do projeto é a autora e amiga, Adriana Brazil. Tudo começou no final de 2011. Na oportunidade, estávamos na premiação do Codex de Ouro. Ela comentou algo sobre formarmos um grupo de autores com o objetivo de somar forças e divulgar nossas histórias. Achei Bem interessante e acabei entrando na Turnê Literária. O projeto tomou proporções bem maiores. Acredito que hoje as nossas histórias se tornaram meios para divulgar a literatura nacional como um todo e mostrar que aqui se faz livros com muita qualidade também.

Como são esses encontros? O que acontece? E como é a recepção do publico?

Os encontros são extremamente divertidos e dinâmicos, tanto na organização quanto no seu desenvolvimento em si. Normalmente fazemos um encontro por mês, em algum canto do Brasil, o que nos fez conhecer lugares e pessoas incríveis. Os leitores, blogueiros, livreiros, amantes da literatura e curiosos, que formam nosso público, são o grande combustível desse movimento e a força para o sucesso do projeto. Não existiriam livros sem leitores, portanto, eles formam a base de todo “iceberg”. Eu costumo sempre dizer assim: “Se estamos fazendo amigos, o caminho só pode ser esse”. E é isso que colecionamos em todos os eventos que já fizemos, amigos.


Fale um pouco sobre o entrosamento do grupo. Já pensaram em escrever algo juntos?

O entrosamento do grupo é o melhor possível. Nada sobrevive se não houver respeito e companheirismo. Mas o nosso relacionamento foi além disso. Somos amigos, nos queremos muito bem e torcemos uns pelos outros. No fundo sabemos que o individualismo não leva ninguém a lugar algum. Gosto muito desse pensamento: “Eu e você somos muito melhores do que só eu ou só você”.
Quanto a escrevermos juntos, estamos pensando na possibilidade. É algo que está nos planos, mas ainda não foi para o papel.

O que você acha da literatura nacional atualmente?


Está em constante crescimento. Não me lembro de um movimento parecido, com tantos eventos literários, tantos blogs querendo entrevistar e resenhar livros de autores nacionais. Acho que despertamos! Talvez essa seja a palavra para definir o nosso momento atual.

Sabemos que os brasileiros ainda preferem a literatura estrangeira.
Em sua opinião, por que há tanto preconceito com a literatura nacional?

Eu costumo ver as coisas por um prisma positivo. Não queremos lutar contra a literatura estrangeira, tampouco substituí-la. Queremos apenas fazer nossa literatura, mostrar nosso valor e agregar. Queremos fazer parte da possibilidade de escolha dos leitores. Esse movimento aconteceu há alguns anos com o cinema nacional e os nossos filmes não foram mais colocados em dúvida. Eles alcançaram seu espaço e seu valor. Acredito que nossa literatura está trilhando esse mesmo caminho.

Fale um pouco sobre você e seu livro.

ImagemRicardo Valverde é professor, escritor e atualmente vive em São Paulo. “2012 – O segredo do Monte Negev” é seu segundo romance, o terceiro livro editado pela Novo Século, e corresponde à sequência da obra “2012 – O menino que previu o apocalipse”.

Escrever para mim é como uma oração, um alimento. Passou a ser uma necessidade vital, tal como respirar. Eu busco inspiração em tudo o que está ao meu redor. Não vejo meios de ser diferente já que nosso mundo é repleto de beleza e mergulhado em segredos, crenças e inúmeros mistérios. E quando amamos o que fazemos, algo que não conseguimos mensurar e nem explicar parece chuviscar em nossas mãos ferramentas como “intuição, criação e determinação”. Nós só temos o trabalho de colocar tudo isso em prática. Falando especificamente desses dois últimos livros, 2012 – O Menino que previu o Apocalipse e 2012 – O Segredo do Monte Negev (Novo Século Editora), além da inspiração para criar os personagens e os conflitos dos dois romances, muito estudo foi necessário, o que só tornou os projetos ainda mais emocionantes. Sou um apaixonado por Nostradamus desde os meus 17 anos de idade. Estudei sua vida, seus feitos e a maioria de suas profecias, o que me levou a conhecer outros povos e a estuda-los também. Conheci um pouco sobre a vida dos Maias, dos Egípcios, Índios Holpi, Essênios, Hindus e tantos outros. Na verdade, as duas histórias vieram ao meu encontro e os dois romances acabaram nascendo naturalmente.

O primeiro livro, 2012 – O Menino que previu o Apocalipse começou a ser escrito no início de 2009. Entre os rascunhos, o desenvolvimento da narrativa e a viagem ao Egito e Roma para concluir meus estudos e contar com mais veracidade o dia a dia dos personagens, levando em conta os costumes e a cultura de seus povos, foram nove meses. Enquanto o primeiro romance estava em processo de avaliação, eu iniciei o segundo livro, 2012 – O Segredo do Monte Negev. Essa
sequência teve o mesmo método de criação. Eu estive em Israel e da mesma maneira que fiz no primeiro romance, visitei todos os locais presentes no texto. Foram mais oito meses até escrever a última frase e concluí-lo.

“Antes de o sol nascer às últimas duas vezes e do fogo engolir o planeta Terra, levando-o à total escuridão, descerá dos céus, dois mil e doze anos após a sua primeira aparição, o filho de Deus. Uma mulher cujo ventre é tão puro quanto às areias do deserto que cercam sua casa, deixará de morrer para dar à luz uma menina. Sophia, filha de Eritréia, estará para sempre sentada ao lado de Maria no reino dos céus e, a menina anjo, aquela que se tornará Cristo pela segunda vez, apaziguará o sofrimento dos homens na passagem da vida para a morte. Sua presença, seu olhar ophiacal, mesmo que por poucos dias, será essencial para a evolução de cada ser senciente”. (capítulo 6 – pág. 55, 2012 – O Segredo do Monte Negev).

Deixe uma mensagem para aqueles que estão em busca de seus sonhos como escritores.

Não tenham medo de se arriscar, de correr atrás de seus sonhos, tampouco de fazer o que mais amam. Sempre haverá um tesouro escondido, nos aguardando, exatamente aí.
Grande abraço!




Facebook: Ricardo Valverde 




Um comentário:

Márcia de Albuquerque Alves disse...

Essa semana fui na Nobel, chegando lá observei que os livros nas pequenas montanhas de chamar atenção entre a livraria, eram de autores estrangeiros.
Perguntei onde estava a literatura nacional, a moça disse: está ali.
Lá estava numa discreta estante da livraria.
Isso me incomoda, saber que tem tanta coisa boa sendo escrita, tantos autores bons brasileiros, escondidos dos olhos dos leitores.
É uma pena!

Adorei a entrevista!

 renata massa